09:30 Aeroporto Charles De Gaule, Paris
20:00 Aeroporto Antônio Carlos Jobim, Rio de Janeiro
Cheguei à casa da minha infância. De volta aos meus pais. De volta ao meu país.
Pousar traz um alívio. A minha terra não acabou quando saí. Aterriso nela. Ela repousa em mim.
Sair do avião é mergulhar no Rio. Passar a vibrar ao som do calor, de um calor bem familiar. Abraçado, sigo minha chegada.
Minha mãe me espera. Pai está gripado, não pode vir. Mas a família toda, cada um, cada memória boa e outra: abraço todas elas nela, na minha mãe que me espera.
No taxi começam as curvas. Do rádio, das ruas, dos morros, de repente uma rápida à esquerda. Descemos do viaduto, atravessamos os túneis.
Prédio, porteiro, porta. O pai, gripado, me espera. A casa está completa.
No quarto, a arqueologia das gavetas. Como guardar as novas roupas se tudo aqui já está guardado: a carteira de identidade passada, o aparelho de dente, as figurinhas, os óculos, as notas da escola, as notas.
O novo ficará na mala, é passageiro.